Debate quinzenal: “É para trabalhar em nome do interesse nacional que aqui estamos”

28 de fevereiro de 2018
PSD

No primeiro debate quinzenal enquanto líder parlamentar, Fernando Negrão destacou que o GPPSD fará uma oposição firme e responsável, tendo como preocupação o interesse nacional. Reforçou que o PSD é contra a entrada de capital da SCML no Montepio, já que se trata de “uma operação de grande risco

 

É para trabalhar em nome do interesse nacional, foi para isso que fomos eleitos, que aqui estamos”, disse esta quarta-feira Fernando Negrão naquele que foi o seu primeiro debate quinzenal enquanto líder da bancada social-democrata. O presidente do Grupo Parlamentar do PSD (GPPSD) cumprimentava, assim, todas as bancadas, incluindo “o Bloco de Esquerda, apesar de ter dito que não queria nada com o PSD”, assinalou, salientando a “profunda cultura democrática” de que são dotados os deputados social-democratas.

Destacando que lidera “uma bancada de oposição”, garantiu que essa mesma oposição será exercida “de forma responsável, construtiva, mas firme”, tendo como linha orientadora o interesse nacional. É, aliás, em prol do interesse do País que a bancada do PSD manifesta disponibilidade para “dialogar e chegar a acordo” no que respeita a “grandes questões de interesse nacional e de regime”. Referiu-se, contudo, à “atitude de firmeza” que se exige em relação à governação, já que o PSD “não abdica de representar os portugueses que não se reveem neste Governo”.

 

SCML no Montepio: Entrada de capital é “uma operação de grande risco

Fernando Negrão levou ao debate quinzenal a questão da entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no capital do Montepio. Garantiu que a posição social-democrata “é muito clara: somos contra, em qualquer circunstância”. Lembrou que “o próprio líder do PSD já o disse, claramente”. Justificou esta posição com o facto de “o dinheiro dos pobres e das obras sociais não dever ter por destino os bancos”. Trata-se, segundo argumentou, de “uma questão de princípio para nós”.

A entrada de capital no Montepio é considerada “uma operação de grande risco”, alertou o presidente da bancada, pelo que garantiu: “se houver o mínimo sinal de que esta operação não acautela os interesses financeiros da SCML, o grupo parlamentar está disposto a usar todos os instrumentos parlamentares à sua disposição para fiscalizar e para investigar até às últimas consequências”.

Fernando Negrão quis, assim, questionar o Executivo sobre se a decisão está tomada, que valor acarreta e em que condições poderá acontecer. Lembrando que “o ministro da área já falou na construção de um banco de Economia Social” e que a SCML já “indicou alguém para a representar na administração do Montepio”, insistiu: “tudo o que envolva banca é sempre de alto risco que não deve ser assumido pelas entidades sociais, mas por entidades privadas que têm o dever e a obrigação de assumir esses riscos”.

O líder parlamentar aproveitou para assinalar que “o passado não aconselha operações com risco desta natureza”. E dirigiu uma crítica: “o que me espanta é ver um governo de esquerda a tomar uma decisão destas, para mais com o silêncio do PCP e BE”. Foi mais ainda mais longe: “isto faz-me lembrar o Robin dos Bosques, mas ao contrário: é tirar dinheiro dos pobres para pôr nos bancos”.

Desafiou, assim, o Governo a pronunciar-se sobre o motivo pelo qual entidades como a Caixa de Crédito Agrícola não aceitaram fazer parte do capital do Montepio Geral. “Porque é que mais nenhuma misericórdia acompanhou a Santa Casa? Qual a razão de não ter aparecido nenhum investidor privado?”. “Isto diz tudo sobre o risco desta operação”, concluiu Fernando Negrão, salientando tratar-se de dinheiro da ação social.

 

 

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