Últimas notícias
O Governo prometeu, em novembro, pela voz do ministro-adjunto Siza Vieira, uma revisão em baixa das portagens rodoviárias do interior para beneficiar as empresas da região e os transportes pesados de mercadorias, mas António Costa acabou por decidir aumentar os preços nas portagens.
Para as populações surpreende os aumentos das portagens ao penalizar as regiões afetadas pelos incêndios. Qualquer atualização, incidindo percentualmente sobre valores elevados, torna-se num aumento pesado que, neste caso, foi mais significativo nas classes 2, 3 e 4, precisamente as classes dos veículos associados a atividades económicas.
"O brutal aumento das portagens no Interior é mais uma prova da falta de pudor e da incoerência do Governo, que promete uma coisa e faz o seu contrário. Mesmo nas infraestruturas geridas diretamente pelo Estado, como é o caso do Túnel do Marão, os aumentos são substanciais e contrários ao prometido e aos interesses e necessidades das regiões mais desfavorecidas”, acusa Luís Leite Ramos, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD. “As pessoas e as empresas mereciam mais respeito”, sublinha.
No caso concreto da A23 – Beira Interior, os dados da Infraestruturas de Portugal demonstram que se registaram subidas de preço em cinco pórticos para a classe 1, em três para a classe 2 e outros tantos para a classe 3, e sete pórticos com agravamentos para a classe 4, no percurso de Abrantes à Guarda. Em todos os pórticos registou-se um aumento de cinco cêntimos, o que representa um aumento pesado para quem utiliza, regularmente, esta via para fins profissionais.
"Não percebemos como é que um governo, que invoca à saciedade o princípio da coesão territorial, promete discriminações positivas para os territórios mais frágeis e continua a castigar todos aqueles que aí vivem e trabalham”, afirma o deputado social-democrata.
Ao acompanhar a perplexidade dos utentes afetados perante a contradição entre as promessas e a ação governamental, o PSD exigiu um pedido de esclarecimentos ao Executivo, direcionado ao ministro do Planeamento e das Infraestruturas e ao ministro-adjunto do primeiro-ministro, através do qual pergunta qual a lógica na penalização que estes aumentos trazem às regiões do interior e desfavorecidas.
Na mesma pergunta, o grupo parlamentar questiona sobre o facto de estes aumentos incidirem sobre regiões que foram tão fustigadas pelos incêndios de 2017, uma ação em sentido contrário à promessa do ministro Siza Vieira, no passado mês de novembro. O PSD pergunta, ainda, quem é o responsável político pela decisão de aumentar estas portagens e acusa os responsáveis de não se coordenarem entre si. No meio destas discrepâncias, os prejudicado são os portugueses.