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Líder do PSD denunciou a falta de investimento que afeta o País, em especial na Saúde e Educação
“Não fomos nós que andámos a fazer de conta que problemas, como os da segurança ou do enquadramento europeu, eram menores relativamente à maioria que apoia o Governo, quando se tratam de questões maiores”, criticou esta quarta-feira Pedro Passos Coelho, em Coimbra, salientando que não foi o PSD que vendeu “a alma ao diabo para governar”. Referiu-se, portanto, a um primeiro-ministro que tem dificuldade em aceitar a “abordagem diferente” dos social-democratas, se refugia em acusações e que “dá às pessoas uma falsa noção de felicidade” quando corta no investimento em prol dos rendimentos.
“Porque é que se sacrifica tanto para dar a ilusão de que há mais dinheiro no bolso?”, perguntou o líder social-democrata. “Isto acontece quando os políticos só estão preocupados com a sobrevivência no dia a dia”, respondeu depois de ter denunciado que, por exemplo “a Saúde está a pão e água” e, por isso, não há dinheiro “para mais nada”, além dos salários. Lembrou que, quando liderou o Executivo, houve dinheiro para investir em inovação nos medicamentos. “Agora não”, esclareceu.
“Governo criou a ideia de que tudo era possível”
“Os últimos tempos têm sido de agitação crescente”, apontou. Tempos houve em que não era possível responder às reivindicações que surgiam. “Começou a haver, mas não se pode fazer tudo, como agora descobriram uns senhores economistas do BE e do PS”, disse em jeito de crítica. “Têm de se tomar opções, há prioridades, mas o Governo criou a ideia de que tudo era possível e agora tem dificuldade em dizer que há necessidade de criar um quadro médio prazo de compromisso suportado pelas disponibilidades públicas” que, afinal, não existem, acrescentou. Para Pedro Passos Coelho é claro, “a degradação dos serviços públicos, a médio e longo prazo, será ainda mais pressionada pela forma como o Governo quis inflacionar as expectativas”.
Reconhecendo que a “economia está a atravessar uma boa fase”, o Presidente do PSD contrariou o discurso da maioria que governa. “Não somos dos que negam a realidade ou incentivam a uma realidade paralela”, esclareceu para logo explicar que os resultados não advêm do que o Governo diz (ou disse que faria), mas do desempenho “do Turismo ou das exportações”.
Pedro Passos Coelho criticou o Executivo por ter deixado muito investimento público na prateleira e por, em 2016, ter gasto menos 66% em Educação, quase menos de 30% em Saúde e cerca de 40% menos em Investigação e Ciência do que o PSD em 2015. Alertou que caso se mantenha “o mesmo padrão” o resultado será a degradação das “condições de funcionamento de políticas públicas essenciais e de áreas de Estado muito relevantes”, enquanto quem governa faz “bonita figura” com os rendimentos. Segundo salientou, “chama-se a isto sacrificar o longo prazo e o futuro para poder criar a ilusão de que, no curto, prazo tudo vai bem”.
“Coimbra merece que se preocupem com o futuro”
Coimbra é um dos municípios afetados pela falta de investimento do poder Central. Apesar de o executivo camarário ser “da mesma cor do Governo”, não se verificaram avanços no que se refere às acessibilidades. “Não foi por falta de vontade de o respetivo ministro deste Governo agradar ao presidente da câmara”, criticou o líder social-democrata. Explicou que caso o investimento tivesse saído da “prateleira teria de ir a défice e, se fosse, o Governo não podia dizer, como diz, que é possível fazer esta espécie de milagre das rosas (que é o de anunciar que bastou mudar o Governo para que fosse possível toda a gente viver melhor, ganhar mais, sem qualquer custo)”.
“Coimbra merece que se preocupem com o futuro”, afirmou o líder social-democrata. Referiu-se ao candidato ao município conimbricense, Jaime Ramos, como alguém que quer servir a cidade. “Estamos a concorrer em Coimbra para ganhar a câmara”, garantiu, salientando que é necessário contrariar “o retrocesso que foi o período que se viveu nos últimos anos”, resultado de uma gestão socialista. Defendeu, por isso, que “o tempo que se perdeu precisa de ser corrigido” para que Coimbra alcance “não apenas relevância no contexto nacional, mas outro grau de dinâmica económica e social”.