“Instituições têm de ser encaradas como parceiras da política de preocupação social”

8 de janeiro de 2018
PSD

O Estado não deve olhar para estas instituições [do terceiro setor] como se olha para um competidor ou concorrente”, assinalou Pedro Passos Coelho, este sábado em Coimbra. “Pelo contrário, as instituições têm de ser encaradas pelo Estado como parceiras da sua política de preocupação social”, disse.

O Presidente dos social-democratas congratulou-se com a iniciativa do PSD Coimbra em realizar, “simbolicamente no Dia de Reis, um almoço numa instituição” como a Casa dos Pobres. “O facto de ter havido polémicas, envolvendo uma eventual má gestão por parte de instituições ligadas ao setor social, torna ainda mais importante esta decisão”, explicou. “Devemos evitar as generalizações que ouvimos no debate público”, acrescentou, salientando a importância de “favorecer as boas práticas, penalizar e censurar as más”.

Segundo lembrou, “o Estado só há muito pouco tempo é que assumiu objetivos previdenciais, de políticas públicas voltadas para o combate às desigualdades sociais”. Referiu-se, assim, ao papel desenvolvido pela sociedade civil e, concretamente, a instituições que “há muitos anos” atuam no âmbito social. Recordando o “caso das misericórdias, em que é fácil encontrar instituições centenárias”, o líder dos social-democratas destacou que a Casa dos Pobres, nos seus 83 anos, tem “um histórico assinalável”. “Antecedeu muito, portanto, qualquer discussão sobre políticas previdenciais em Portugal”, reiterou.

Para Pedro Passos Coelho, “independentemente das responsabilidades que achamos que o Estado deve assumir para com os mais desfavorecidos, a sociedade civil já dispõe de respostas autónomas próprias com que o Estado deve cooperar e colaborar”.

 

Desigualdades: “Os políticos têm de fazer alguma coisa

Como é que podemos, politicamente, tratar a questão das desigualdades?”, perguntou o Presidente do PSD. Lembrando Sá Carneiro, destacou que o objetivo social-democrata é “acabar com a pobreza”. Contudo, salientou que “independentemente das visões que se tenha, sobre o papel das políticas igualitárias ou daquelas que privilegiam a liberdade e, portanto, a dignidade de cada um, deveria existir um consenso mais alargado na sociedade portuguesa sobre as prioridades do combate às desigualdades económicas que são geradoras de situações menos dignas”.

Pedro Passos Coelho alertou que há ainda “muitíssimo para fazer”. Assinalando que mesmo nos anos de “crise económica severa” “as desigualdades não aumentaram”, referiu que “isso não significa que Portugal não seja, na Europa, um dos países mais desiguais e onde essas disparidades se tornam mais chocantes”. Por isso foi claro ao afirmar: “os políticos têm de fazer alguma coisa”.