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Os social-democratas alertaram, em plenário, para as dificuldades que o País enfrenta no que se refere à Saúde e aos Transportes. Denunciaram, assim, a falta de investimento que se tem verificado nos últimos dois anos, a qual contrasta com os compromissos assumidos pela atual maioria governativa e da qual fazem parte PCP e BE
“Assumam as vossas efetivas responsabilidades nesta governação”. O desafio foi lançado pelo social-democrata Miguel Santos ao PCP que, esta quinta-feira, levou à Assembleia da República uma interpelação ao Governo sobre “Política geral centrada nas necessidades de investimento nos serviços públicos, nomeadamente nos setores da Saúde, Educação, Transportes e Comunicações”. Segundo disse, a intervenção dos comunistas no plenário assemelhou-se a um “alívio de consciência”, acusação que alargou igualmente ao BE, já que ambos os partidos suportam o atual Executivo.
Miguel Santos acusou PCP e BE de um “cinismo político enorme”, na medida em que “fizeram um acordo de governação” que viabiliza a atual solução governativa. Perguntou, por isso, aos comunistas sobre “para quem é que dirigem os protestos e as reivindicações”, uma vez que “durante um ano e meio não se ouviram os deputados dessa forma”, mas verificou-se “sempre o elogio mútuo”. Contudo, agora o País assiste a “um rol de reivindicações, a uma lista de protestos sobre várias matérias que não estão a acontecer”.
O PSD tem, contudo, alertado para os problemas no setor da Saúde. Miguel Santos relembrou, no Parlamento, que: “faltam médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e de terapêutica”; as listas de espera, para cirurgia e consulta, aumentam por todo o País; “os concursos continuamente prometidos não existem”; “a dívida aos fornecedores aumentou”; o investimento caiu.
“Agora que os problemas se agigantam, o PCP e o BE não assumem qualquer responsabilidade”, reiterou. Lembrou, por isso, que este Governo só existe porque comunistas e bloquistas “o viabilizam, aprovam os orçamentos, as Grandes Opções do Plano”.
Ângela Guerra disse que a “conversa” do Governo contrasta com a “realidade do País”
Ângela Guerra disse, por sua vez, que Portugal atravessa, atualmente, um paradigma, em que por um lado existem os dados do portal do Serviço Nacional da Saúde (SNS) (“com os dados que o ministro lá manda colocar”), e por outro a Saúde, “aquela a que todos os dias os portugueses tentam aceder”.
A deputada lembrou, por isso, várias situações vigentes pelo País: “no Hospital de Faro, é o caos porque durante dias há macas nos corredores do serviço de urgência”; “no Hospital de Santarém, por culpa do ministro das Finanças, as obras no bloco operatório têm a verba disponível e cabimentada desde 2015, mas não há obras”; “no Hospital Dona Estefânia, a urgência pediátrica compromete a segurança de profissionais e utentes”; o “IPO de Lisboa continua à espera que o ministro das Finanças liberte verba para que as obras comecem”; “700 médicos especialistas continuam à espera da abertura dos concursos”. Segundo salientou, “é esta a realidade do País”, cujo Governo prima pela “conversa”.
Sara Madruga da Costa denunciou “intenção em não cumprir promessas”
A social-democrata Sara Madruga da Costa interpelou o Executivo sobre “um assunto prioritário para a Madeira”, o novo hospital. “Já todos perceberam que existe uma intenção em não cumprir com os compromissos assumidos para a região”, disse. “Quando é que este Governo pensa em cumprir com os compromissos assumidos com a Madeira, com a palavra dada por António Costa?”, perguntou, elencando várias questões que, sublinhou, “os madeirenses pretendem” ver respondidas. “O défice da Madeira é baixo, mas poderia ser mais baixo se António Costa e o Governo, que o PCP suporta, pagassem aquilo que devem”, assinalou.
António Costa Silva destacou atraso no Plano Ferrovia 2020
António Costa Silva, por sua vez, confrontou o Executivo com a quebra do investimento público que se tem verificado nos últimos dois anos. Os cortes “foram muito piores do que no tempo crítico da bancarrota que os senhores [PS] deixaram”, disse, acrescentando que quem governa “começa a ser desmascarado”. Em causa está o Plano Ferrovia 2020 que “só avançou com 15% das obras prometidas há dois anos”. De acordo com o deputado, “algumas obras são meros lançamentos de projetos”, o que o levou a acusar: “nem 15% da mentira conseguiram realizar”. Referiu, assim, que “já deviam estar arrancados, em obras, 528 quilómetros, mas só estão 79 quilómetros”. Questionou, por isso: “qual vai ser o tamanho da vossa [do Governo] mentira?”.
Carlos Silva alertou para deterioração dos transportes, apesar das promessas de investimento
Carlos Silva criticou a “oposição do faz de conta” que, segundo disse, “vota a favor de tudo, mas protesta em português suave”. Lembrando que o Governo prometeu investir nos transportes em 2017, destacou que “a realidade é outra para os utentes”. Levou, por isso, a plenário “os tempos de espera ridículos” a que os portugueses estão sujeitos, as viagens feitas em carruagens demasiado cheias, assim como o aumento nos preços dos transportes, “o maior desta década”, salientou. Considerou, por isso, que a qualidade dos transportes públicos piorou e alertou que os atrasos se tornaram na normalidade, enquanto o cumprimento de horários é, agora, a exceção.