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As declarações do ministro da Saúde em relação ao surto de “legionella” no Hospital São Francisco Xavier são insuficientes e contraditórias. Miguel Santos, deputado do PSD, recorda que o ministro anunciara que “em 15 dias teríamos um relatório conclusivo, onde seria possível apurar todas as causas, mas já passaram 23 dias e esse relatório não existe”.
Embora o ministro tenha assegurado que não haveria explicações “para encher calendário”, a verdade é os esclarecimentos são ou vagos ou evasivos. “Nas tragédias que têm assolado o País, há sempre uma dificuldade em ter uma explicação para o que aconteceu e há sempre episódios com relatórios”, afirmou o deputado.
Miguel Santos insiste que não houve ainda uma explicação concreta sobre o que aconteceu, nem um reconhecimento de responsabilidades. “O que provocou o surto de ‘legionella’ no São Francisco Xavier? Há garantias de que as condições de segurança estão garantidas para as pessoas que acedem aos serviços?”, interrogou o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD.
Miguel Santos critica, também, o rol de precipitações do ministro da Saúde, porque quatro dias depois da contaminação pública, garantia que tudo se devia a uma “falha técnica”. As conclusões do ministro foram entretanto desmentidas pela administração do Hospital que manifestou desconhecer se houve falha técnica e solicitou, por isso, um estudo urgente ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
Na audição da comissão parlamentar de saúde, desta quarta-feira, a diretora-geral da Saúde assegurou, por sua vez, que o único local do Hospital São Francisco Xavier onde foi encontrada a bactéria “legionella”, do mesmo tipo da que infetou os doentes, foi na torre de refrigeração da unidade de saúde.