Rui Rio apresenta modelo de crescimento contra ambição “poucochinha” do Governo

9 de fevereiro de 2020
PSD

Rui Rio apresentou ao 38.º Congresso Nacional um modelo de “crescimento económico assente na produção de bens transacionáveis de maior valor acrescentado” para “equilibrar as nossas contas externas e potenciar um melhor nível de vida aos portugueses”, o inverso do “que este governo tem vindo a implementar”. “O crescimento tem de ser comandado pela produção e não pelo consumo”, afirmou.

Mas a realidade desmente o discurso oficial, porque é notória a degradação do saldo externo e as importações voltaram a superar as exportações, explicou o Presidente do PSD. “Temos efetivamente mais emprego, mas emprego relativamente precário e manifestamente mal pago” face à média europeia; e “é cada vez mais estreita a diferença entre o salário mínimo nacional e o salário médio”, porque “o médio é baixo”. “Da forma como este Governo tem vindo a fazer, jamais o País terá condições de pagar melhores salários e conseguir que a nossa economia possa criar melhores empregos”, criticou.

“Com esta governação os portugueses podem ter alguma ambição, desde que ela seja poucochinha”, apontou Rui Rio. “Com este Governo e com estas alianças parlamentares”, os portugueses poderão ter aumentos salariais de 0,5% ou 0,7%, mas nunca terão aumentos que os catapultem para os padrões de vida europeus”, sendo vital que o Executivo perceba que o caminho é a aposta nas empresas e no investimento.

O resultado desta visão é “a maior carga fiscal da história de Portugal”, “própria de uma governação fortemente marcada pela ideologia comunista e socialista”. Não é, por isso, mérito do Governo o equilíbrio das contas públicas que o ministro das Finanças reclama para si, mas sim um resultado “à boleia da atual política monetária do BCE, de um permanente aumento de impostos e de uma política de cativações levada ao extremo”, além de um corte do investimento público para mínimos históricos.

Esta não é a visão do PSD, nem é a visão de futuro de que Portugal precisa, apontou o Presidente do Partido.

 

Rui Rio quer “mais e melhor gestão” para SNS

Com o Governo PS, “a degradação da qualidade dos nossos serviços públicos” afundou-se como nunca tinha acontecido. No SNS, o exemplo mais gritante desse cenário, é preciso “encontrar um rumo, o rumo que foi perdendo nestes últimos quatro anos”. Para Rui Rio, além do subfinanciamento da saúde, importa dar ao SNS “mais e melhor gestão”.

Para um SNS que responde aos cidadãos como determina a Constituição, Rui Rio sublinha a importância de “gestores mais competentes e menos ligados à lógica partidária”, “maior autonomia administrativa e financeira” das administrações” e uma complementação “com os setores privado e social quando o público não está capaz de responder”, livre dos preconceitos ideológicos em que o Governo segue “a esquerda mais radical”. “Precisa de mais fiscalização no combate ao desperdício e, muito provavelmente, na deteção de relações comerciais menos transparentes na aquisição de bens e serviços”.

O Presidente do Partido elencou ainda outras áreas onde a degradação dos serviços públicos está a hipotecar o presente e o futuro dos portugueses, designadamente a Educação e a Segurança.

Na Educação, “avulta a falta de planeamento de recursos humanos”. Mas nota-se também “o facilitismo que desmotiva os professores e tende a trair o futuro profissional dos alunos”. O sistema educativo é, vincou Rui Rio, a base da “luta contra a pobreza, que a todos nos deve mover”.