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Rui Rio considera que “só o PSD pode ser alternativa ao PS” nas eleições legislativas e apelou à realização de consensos para reformar o sistema político, garantir a sustentabilidade da Segurança Social, agilizar a justiça e concretizar a descentralização territorial. O PSD obteve 21,9% dos votos nas eleições europeias de 26 de maio, elegendo, ao que tudo indica, 6 mandatos (falta ainda apurar os votos de 7 dos 100 consulados, segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna). “Esta taxa de abstenção – não o resultado – é a prova de que o caminho é este e é por este caminho que devemos ir. É a minha convicção há muitos anos”, afirmou Rui Rio, em conferência de imprensa, no domingo, 26 de maio, no Porto.
Perante uma abstenção de 69% (votaram cerca de 3,3 milhões dos 10.561.969 eleitores inscritos), o Presidente do PSD defende que estes números o fazem reforçar naquela que é uma convicção de “há muitos anos”. “Os partidos têm, acima de tudo, de ser capazes de dialogar por Portugal, e fazer aquelas reformas decisivas para o futuro de Portugal e que nunca serão feitas sem consensos. (…) Temos de reformar o sistema político e nenhum o pode fazer sozinho, temos de reformar a sustentabilidade da Segurança Social, temos de fazer uma reforma profunda da justiça, na descentralização e nenhum partido o pode fazer sozinho”, salientou.
Rui Rio começou por agradecer a todos os candidatos do PSD “pelo empenho que tiveram na campanha eleitoral”, em especial ao cabeça de lista, “Paulo Rangel, que se esforçou tudo o que podia” para que o PSD “tivesse um bom resultado”. O líder social-democrata desejou igualmente “as maiores felicidades” a todos os partidos que concorreram a estas eleições, aos 21 eurodeputados eleitos, e “em particular, na pessoa do dr. António Costa e do dr. Pedro Marques, o Partido Socialista, que ganhou estas eleições”. “Não atingimos os objetivos pretendidos nesta eleição. Não vale a pena estar com floreados a tentar ler números onde eles não existem”, afirmou, sublinhando que “o primeiro passo para amanhã as coisas correrem melhor, é reconhecer os erros de hoje”.
O líder social-democrata diz que agora é tempo de inovar na forma de fazer campanha, mas não só. “O que já há muito acho, e agora ainda mais, é que temos de arranjar novas formas de fazer campanha. A taxa de abstenção é uma derrota para todos os partidos sem exceção, para os grandes e os pequenos, uma derrota para a democracia para Portugal. (…) Temos de atuar diferente, não só nas campanhas eleitorais, temos de ser criativos nas campanhas eleitorais e no dia-a-dia. Este resultado leva-me a ter mais a convicção: os partidos têm de ser capazes de dialogar por Portugal”, disse.
Rui Rio declarou agora o PSD irá mobilizar-se para ganhar as legislativas de 6 de outubro. “Claro que tenho condições para levar o Partido a um bom resultado (…). Estamos a falar de alguém que anda há 61 anos na vida pública. Eu não abandono, eu assumo as minhas responsabilidades”, expressou.
A degradação do Serviço Nacional de Saúde, o caos nos transportes, a deterioração da escola pública e os atrasos no processamento de reformas e pensões mostram que “os portugueses têm de ter uma alternativa”. “[Perante] estas falhas, os portugueses precisam de ter uma alternativa. E esses só podemos ser nós”, destacou.
Paulo Rangel: “os deputados eleitos estarão ao serviço dos portugueses”
O cabeça de lista do PSD às eleições europeias reconheceu que o PSD “não alcançou o objetivo que fixou para si próprio”, mas aumentou o seu peso eleitoral. Paulo Rangel felicitou o PS pela vitória nas europeias e conclui que a mensagem “não passou como gostaria”.
O eurodeputado considera ainda que a campanha foi “difícil” por causa da “nacionalização excessiva”, que no seu entender, perverteu a lógica das eleições europeias que têm uma dimensão nacional, “mas não ao ponto de as tornar exclusivas como acabou por acontecer designadamente por ação de António Costa”. “Houve uma espécie de OPA nacional, uma nacionalização da campanha tomada pelo Primeiro-Ministro e eu acho que isso dificultou a passagem da mensagem europeia. Mas não rejeito as nossas responsabilidades", afirmou.
O eurodeputado lembra ainda as “circunstâncias difíceis para os partidos, com a criação de novos partidos na área do PSD e alguma turbulência interna”.
Paulo Rangel reiterou que os deputados eleitos “estarão ao serviço dos portugueses e saberão representar todos os outros que não votaram no PSD”.