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Durante as últimas semanas Rui Rio foi insistentemente acusado de... fazer férias. Os outros líderes partidários... não. Vai-se lá saber porquê...
Foi acusado de não responder às news (algumas fake) típicas do mês de agosto. Não respondeu, e bem, porque as respostas estão implícitas e o Povo português há muito que já deu provas do seu enorme bom senso.
De que valia responder a um potencial futuro candidato à liderança do PSD, que, nas últimas eleições autárquicas, na sua terra, atingiu a elevadíssima percentagem de 13%, quando, para mal dos seus pecados, se contaram os votos expressos? De nada! De que valia comentar a intenção de um ilustre militante do PSD criar um novo partido, quando, há poucos meses atrás, negociou listas conjuntas para os órgãos nacionais do Partido com essa mesma pessoa? De nada!
Foi acusado de não ir ao teatro de operações do incêndio de Monchique quando tínhamos casas a arder e propriedades a serem dilaceradas pelo fogo. Não foi. E fez muito bem. A tentação populista não se pode sobrepor aos grandes valores que nos devem nortear na vida.
No momento próprio, quando o fogo já tinha sido extinto, aí sim, pela voz de um seu vice-presidente, o PSD tomou a posição crítica que a circunstância exigia.
No momento próprio! Queriam também que Rui Rio comentasse e criticasse o caso da CP... Mas será que não perceberam que este é um problema estrutural e não estival? Tinha de ser comentado impreterivelmente neste agosto? Pretendiam também que interrompesse as férias para responder a críticos internos, com um passado recente que fala por si e que têm tentado destabilizar o PSD, funcionando como verdadeiras muletas do PS. Para quê? Será que ainda não perceberam que este líder levará o seu mandato no PSD até ao fim? Aliás, como sempre, na sua vida...
Creio que o Presidente do PSD, tal como os demais dirigentes partidários, fez bem em gozar férias durante uma parte de agosto. Prefiro um futuro primeiro-ministro produtivo, corajoso e com energias renovadas, a alguém sempre pronto a responder ao soundbyte e às fake news.
E tenho a certeza que o povo português concorda comigo.
Férias sem ser a fingir foram uma decisão sábia de quem tem experiência da vida, de quem sabe o que tem pela frente, e sobretudo de alguém que tem claramente na sua cabeça como conseguir a confiança dos portugueses para ganhar eleições.
Artigo de Salvador Malheiro, Vice-presidente do PSD, publicado no Correio da Manhã, a 31 de agosto de 2018