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No encerramento da interpelação do PSD ao Governo sobre saúde, o deputado Álvaro Almeida alertou para o “descalabro financeiro” do SNS semelhante ao do período socialista da pré-bancarrota e que pode atingir mil milhões de euros só no corrente ano.
Para Álvaro Almeida, o Governo tenta passar a ideia que, depois de quatro anos no Governo, “agora é que estão a trabalhar”, mas “a suborçamentação no SNS nunca foi tão grave”. “O prejuízo de 848 milhões de euros registado em 2018 é o maior de sempre (…) O agravamento do défice nos primeiros dez meses de 2019 faz temer o pior para este ano: É possível neste ritmo que o prejuízo do SNS ande perto dos mil milhões de euros”, apontou.
O deputado entende que “mil milhões de euros de suborçamentação não é um pequeno problema que se resolva com 1 ou 2% no Orçamento do Estado”. “Somados aos 3 mil milhões de dívidas a fornecedores, traduzem um descalabro financeiro semelhante ao que existia quando a ‘troika’ foi chamada pelo PS em 2011”, alertou.
O deputado criticou o estado de negação e a “mistificação” do Executivo que, “até às eleições de outubro”, refutou quaisquer problemas do SNS, mas recentemente mudou de atitude, agora reconhece que há problemas, mas tenta passar a ideia de que sempre existiram”.
Álvaro Almeida salientou ainda que “a capacidade de contratação do SNS não aumentou a sua capacidade de resposta”, sendo que que os recursos humanos disponíveis – à exceção dos médicos – “são menos do que os que existiam quando o PS tomou posse”.
O coordenador da Comissão de Saúde para esta área é perentório: “O SNS está pior hoje do que quando o anterior Governo socialista tomou posse em 2015. (…) O problema é que quem gere o Ministério da Saúde no governo socialista é o ministro das Finanças”, criticou.
No debate, a questão do encerramento das urgências pediátricas do Hospital Garcia de Orta no período noturno foi introduzida por Sandra Pereira, deputada do PSD. “Como é que foi possível que a senhora ministra em fevereiro, antes das eleições, tenha dito que estava fora de questão fechar e, em novembro, depois das eleições, encerra essas mesmas urgências?”, interrogou a deputada, considerando esta decisão “inaceitável e uma imprudência para as famílias da margem sul”.