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Na sessão solene de comemoração do 25 de Abril, no Parlamento, este sábado, Rui Rio começou por considerar que “a democracia não está suspensa”. Embora Portugal se depare “com a liberdade condicionada”, o regime democrático “mostrou ser capaz de responder com a legalidade constitucional, perante uma ameaça séria à nossa saúde coletiva”. Rui Rio referia-se ao estado de emergência, declarado por causa da pandemia de covid-19, para sublinhar que a democracia está “bem presente, ao demonstrar que ela encerra, em si mesma, mecanismos de funcionamento capazes de responder com eficácia a uma circunstância única e absolutamente excecional”.
Rui Rio agradeceu “aos militares que há 46 anos nos trouxeram a liberdade e a democracia” e evocou todos os portugueses “que faleceram vitimados pela covid-19, em particular os que, pela crueldade das circunstâncias, não puderam ter um funeral de acordo com as nossas tradições e os nossos valores culturais”.
O Presidente do PSD elogiou também os portugueses que “continuam a trabalhar para que a nossa economia não pare por completo e para que a todos nós não faltem os bens de primeira necessidade”, assim como saudou todos os profissionais dos serviços de saúde.
Para o líder do PSD, há um reconhecimento coletivo de que “Portugal vive um período muito difícil do ponto de vista sanitário”. Nessa medida, é determinante que o Governo saiba preparar as famílias e as empresas para “uma segunda onda da pandemia daqui por poucos meses” e, sobretudo, não se repitam as falhas do passado recente. “As falhas que da primeira vez existiram não poderão ser repetidas. No próximo inverno teremos de ter uma maior capacidade de resposta do SNS, sob todos os pontos de vista. Teremos de ter mais equipamentos disponíveis e mais profissionais habilitados a usá-los. Teremos de ter testes em quantidade suficiente. Terá de haver proteção individual adequada para todos, a começar pelos profissionais de saúde que estão na linha da frente. E terá de haver, como já tive oportunidade de aqui alertar, informação e pedagogia adequada que, na ausência de medicamentos para a cura da infeção, apoie os portugueses no necessário reforço do seu sistema imunitário”, disse.
Rui Rio insiste na “questão do planeamento logístico”, assim como na proteção com especial cuidado dos lares de idosos. “Mais importante do que planear a presença de governantes nos jornais e nas televisões para publicitarem, a toda a hora, o que fizeram e o que não fizeram, é planear a resposta do País a uma eventual segunda onda da covid-19”, referiu.
Sobre a situação económica, Rui Rio alerta para as consequências da longa paragem que a pandemia irá provocar. Pede, por isso, respostas coesas dos diversos Ministérios, para que corrijam “as falhas e injustiças que têm vindo a acontecer, de modo a que as empresas e os trabalhadores possam receber os seus apoios em tempo útil e oportuno”.
Rui Rio comentou ainda o discurso insistente do Partido Socialista e dos partidos da maioria parlamentar que apoiam o Governo, que asseguram “que, com eles, não haverá qualquer tipo de austeridade”. “É uma notícia que, seguramente, a todos agrada, mas tal otimismo não pode ser impeditivo de nos prepararmos para o pior cenário, pois, tal como o povo nos ensina, ‘mais vale prevenir do que remediar”, observou.
A concluir a intervenção no 46.º aniversário da Revolução, o líder do PSD enalteceu “a unidade que a esmagadora maioria dos portugueses demonstrou na luta contra este inimigo comum”. “Haveremos de vencer, com a mesma coragem com que, ao tempo, dobramos o Cabo das Tormentas e com elas construímos a Esperança”, terminou.