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No entender de João Duque, o Orçamento do Estado para o próximo ano sacrifica o investimento público, ignora a competitividade e a modernização das empresas, negligencia a produtividade e as exportações, faz previsões “preocupantes” e aumenta o número de pessoas “dependentes do Estado”. “É o quinto orçamento de uma política. Este Orçamento vem dar continuidade ao que temos vindo estar a observar desde 2016”, sintetizou.
Durante o painel da tarde das jornadas parlamentares do PSD, o economista caracteriza o documento como “um Orçamento feito de uma forma bastante plástica”, para que possa permitir ao Governo negociar com os partidos da extrema-esquerda até à sua aprovação.
O economista diz-se “francamente preocupado com a evolução da procura externa”, quando o Executivo “prevê um crescimento do PIB para 2020 igual a 2019”, onde há falta de ambição e “deixa o País à tona da água e não leva a lado nenhum”. “Crescemos seis anos e o que é que fizemos de transformador? O que é que fizemos para fazer face às adversidades. (…) Este Orçamento não segue uma estratégia, não tem uma política orientada”.
O docente do ISEG considera que o “Orçamento tem riscos elevados”, apontando por exemplo, a previsão de “descida de 20% do preço do petróleo” pelo Governo, uma “simulação” que qualifica de “preocupante”.
João Duque confidenciou ainda o episódio quando a agência de notação financeira Moody's lhe fez quando esteve no ISEG durante a fase de resgaste externo. “Vocês endividaram-se, receberam imenso dinheiro da União Europeia, mas onde é que está o dinheiro?” João Duque acompanhou os representantes da agência a almoçar numa sala superior com vista sobre Lisboa: “Olhem à volta, vejam o parque imobiliário, que basicamente o que temos é isto”.