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Rui Rio considera que as eleições autárquicas de 2021 serão decisivas para o futuro do PSD. Intervindo no II Fórum Autárquico Distrital do Porto do PSD, em Paços de Ferreira, este sábado, Rui Rio recorda que o PSD chegou a ter 157 presidências de câmaras, em 2005, mas atualmente detém apenas 98 municípios. “Se queremos continuar a ser um grande partido, mais do que termos muitos deputados, temos de ter mais presidentes de junta e muitas câmaras municipais. As autarquias é que representam a nossa implantação no terreno”, afirmou.
Além da tendência de perda de municípios nas três últimas autárquicas, Rui Rio alerta para as baixas votações que ocorreram em grandes centros urbanos, como Lisboa e Porto, e noutras capitais de distrito, como Setúbal, Évora e Portalegre. “Para o PSD, as eleições autárquicas são absolutamente vitais. (…) As próximas eleições autárquicas são decisivas para o futuro do PSD”, disse.
Rui Rio conta com todos, em especial com os autarcas social-democratas para inverter esta trajetória de perda no poder local. “Agora [em 2020 e 2021] as estruturas locais têm de se dedicar a sério às autárquicas”, observou.
Rui Rio incitou os militantes para que em cada município, onde o PSD é oposição, seja constituído um conselho estratégico local para “pensar o concelho, propor soluções e, com isso, fazer ligações às forças vivas”.
Rui Rio elogiou o trabalho dos autarcas que, ao longo de 45 anos de democracia, têm estado na linha da frente para promover o bem-estar dos portugueses. “O trabalho do poder local é notável. Com erros, sim. Erros urbanísticos enormes, sim, é verdade, porque foi feito por homens e mulheres. Mas se virmos depois o balanço final, é extraordinário o aumento de qualidade de vida que é devido às juntas de freguesia e às câmaras municipais”, apontou.
Rui Rio lembra que a “dívida pública é de 120% do PIB”, mas “o poder local representa 2% do PIB”. “A responsabilidade da dívida” e a falta de “contas rigorosas” são, insiste Rui Rio, da administração central. Isto acontece, porque “o poder local tem a proximidade que a administração central não tem”. “A proximidade é que dá a competência. Se eu estiver em Lisboa e tiver de resolver um problema de Paços de Ferreira, a probabilidade de eu acertar é muito menor”, frisou.
Nesse quadro, Rui Rio defende o reforço da descentralização das competências do poder local como “passo no sentido do desenvolvimento e na otimização da despesa pública”. Um processo que, para o líder do PSD, deverá fazer-se acompanhada de “envelopes financeiros equilibrados”.
Num discurso de 30 minutos, o Presidente do PSD referiu que haverá matéria no próximo Orçamento do Estado para “o PSD se opor fortemente”. Rui Rio citou duas questões preocupantes: o previsível aumento de impostos, que “não é sustentável para o País” e a proposta de acabar com as retenções até ao 9.º ano de escolaridade, que traduzem um “facilitismo inadmissível”.