Artigo de opinião: Santarém, um distrito cativado pelo Governo

21 de dezembro de 2018
PSD

A política cega de cativações e o desinvestimento público sem precedentes na nossa história democrática portuguesa colocam em causa a segurança e a vida dos portugueses e estrangulam o crescimento económico sustentável. O distrito de Santarém não é exceção e a escassez de investimento público adia a resolução urgente de diversos problemas na região.

Para o PSD, é inadmissível que o Governo e os partidos de extrema esquerda que o suportam nada tenham feito para concretizar um conjunto de intervenções essenciais. Por isso, continuaremos a lutar pelas iniciativas e projetos estruturantes que promovam a atividade económica e a qualidade de vida, criando postos de trabalho e desenvolvimento social, e garantindo a segurança e o bem-estar de todos os cidadãos neste território.

Tendo pleno conhecimento da necessidade imperiosa de intervenção na consolidação das barreiras de Santarém, onde o risco de derrocada existe, não aceitamos que o Governo nada faça para salvaguardar a segurança e a vida dos milhares de cidadãos que todos os dias utilizam as vias rodoviárias e ferroviária (linha do Norte) em perigo naquele local. Para o PSD/Distrital de Santarém, este é um problema do país, que deve ter uma resposta nacional, urgente e sem reservas orçamentais, este governo já deu provas mais do que suficientes de que não podemos confiar no Estado numa das matérias mais elementares da sua responsabilidade e competência: a segurança das populações. Compete-nos alertar e apelar incessantemente até que o problema seja resolvido, na esperança de que a solução não surja tarde demais como infelizmente tem acontecido vezes demais nos últimos três anos.

Na saúde, o Orçamento do Estado para 2019 não deixa margem para dúvidas: esta não é uma prioridade do atual governo. A asfixia financeira do Hospital Distrital de Santarém e a necessidade de intervir nas restantes infraestruturas hospitalares do Médio Tejo, não se resolvem com paliativos, mas antes com medidas de fundo, sob pena de continuarmos a sacrificar a qualidade do serviço prestado à comunidade. No distrito de Santarém, a Saúde está muito doente! 

O estado calamitoso da ferrovia no país tem também aqui, no distrito, reflexos penosos no dia-a-dia de milhares de pessoas. A supressão de comboios ou a redução da sua capacidade por alegada falta de material circulante, motiva uma larga insatisfação com o serviço público prestado, com queixas recorrentes por parte dos passageiros e imagens de carruagens sobrelotadas como não esperaríamos ver em pleno século XXI. Nos países ditos desenvolvidos a ferrovia é o principal meio de transporte de pessoas e mercadorias, em Portugal estamos a regredir e a caminhar no sentido contrário. O distrito de Santarém tem o principal nó ferroviário do País, no Entroncamento, claramente, desaproveitado e onde, por exemplo, estão armazenadas em "cemitério" algum material circulante, em bom estado, que o estado assume desconhecer ou querer utilizar.

Na educação, assinale-se o extremar da redução do número de turmas com contrato de associação a um limite que não podemos aceitar. Em Fátima, única cidade do país sem oferta pública dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e secundário, onde os privados sem fins lucrativos, com contrato de associação, cumpriram com distinção o seu papel de agentes educativos. Hoje, por preconceitos de esquerda radical e num ataque ostensivo a instituições religiosas, há alunos residentes e naturais de Fátima obrigados a deslocarem-se para localidades e até distritos diferentes para frequentar a escola, apenas por radicalismo ideológico de uma Secretária de Estado oriunda das escolas do PCP e em claro sacrifício do objetivo de promoção do sucesso escolar.

A Comissão Política Distrital de Santarém tem feito a denúncia sistemática dos principais problemas que afetam o distrito. Mas tem também trabalhado em propostas para melhorar a sua competitividade, algumas com evidente relevância nacional.

Exigimos a conclusão das acessibilidades ao Eco Parque do Relvão, no Concelho da Chamusca e nomeadamente o troço da A13 entre Almeirim e Vila Nova da Barquinha/Entroncamento, incluindo uma nova ponte sobre o Rio Tejo. É uma promessa do tempo da instalação daquele equipamento, que recebe e trata grande parte dos resíduos do país, gerando um enorme movimento de veículos pesados do interior das diferentes vilas e aglomerados urbanos à sua volta, muitos com resíduos perigosos.

Propusemos que o programa de redução do preço dos passes sociais incluído no Orçamento de Estado para 2019 fosse alargado à região, permitindo que todos os que se deslocam diariamente para trabalhar em Lisboa tenham acesso às mesmas condições apoiadas de que vão beneficiar os residentes na Área Metropolitana.

Estudámos e apresentámos já a nossa proposta para uma nova governação da região. O distrito de Santarém tem duas comunidades intermunicipais, uma incluída no Alentejo e outra na Região Centro. Mas para alguns assuntos estamos com a Região de Lisboa e Vale do Tejo e quando chegamos à restante administração central desconcentrada a confusão administrativa continua. Defendemos a criação de uma nova NUTS II Ribatejo e Oeste, uma região com políticas e programas próprios, capaz de promover o desenvolvimento integrado do território.

O distrito de Santarém é um espaço com recursos muito significativos para o país, económicos, produtivos, logísticos, ambientais ou culturais, que têm de ser geridos através de políticas adequadas à sua efetiva promoção.

Acreditamos no futuro desta região e continuaremos, no PSD distrital, a fazer política com esta convicção, sempre com o peso da responsabilidade do maior interesse nacional.

Porque estamos na época natalícia e porque o Natal  também é tempo de reflexão, de olhar para o lado e perceber que, se o outro estiver bem eu também estou, seja através de grandes atos de solidariedade, através de gestos simples ou tão somente de deixar egoísmos e interesses de agendas politicas meramente pessoais de lado e exaltarmos a busca do interesse nacional em primeiro lugar, tendo sempre o interesse da nossa família política bem presente. Em alguns casos bastará começar pelas coisas mais simples, como seja o respeito pelas estruturas e pelas lideranças, façamos com que o respeito não caia em desuso! Divergir não tem de ser sinónimo de romper nem de partir!

Caras e caros companheiros, termino desejando-vos um Santo e Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. É este o meu desejo para cada um de vós em nome da Comissão Política Distrital do PSD de Santarém, a que tenho a honra de presidir. Com esperança no futuro e com confiança nos nossos militantes, nas nossas seções, na sua capacidade para agir e na determinação para vencer os desafios que aí vêm, a bem de Portugal e dos Portugueses.

João Moura
Presidente da Comissão Política Distrital do PSD de Santarém