O objetivo é “ganhar as próximas eleições

19 de fevereiro de 2018
PSD

 

O líder dos social-democratas salientou, no encerramento do 37.º Congresso Nacional, que o objetivo do PSD é “ganhar as próximas eleições”. Estabeleceu os portugueses como foco da ação social-democrata, mais concretamente a melhoria da sua qualidade de vida. Natalidade, apoio à terceira idade, desertificação do interior, reforma da Segurança Social e do Estado foram algumas das áreas a que se referiu. Teceu críticas à atual solução governativa por entender que é incapaz de potenciar o crescimento do País e, consecutivamente, de assegurar o futuro dos portugueses. O PSD, disse, está empenhado e aberto ao diálogo

 

Se não houver coragem de enfrentar os mais pesados problemas de Portugal, não será nunca por falta de empenho, dedicação e abertura ao diálogo por parte do Partido Social Democrata”, disse este domingo o Presidente Rui Rio, na sessão de encerramento do 37.º Congresso Nacional. “Estamos totalmente disponíveis para servir Portugal”, garantiu, salientando, por isso, que o objetivo é “ganhar as próximas eleições e liderar um Governo capaz de substituir uma solução governativa ancorada em contradições insuperáveis”.

O líder dos social-democratas referiu, assim, que é para isso que a partir desta segunda-feira “iremos começar a trabalhar numa alternativa social-democrata que volte a trazer aos portugueses esperança e confiança”. Dirigiu claras críticas ao Executivo, destacando que “o atual Governo não tem condições para levar a cabo políticas públicas capazes de induzir o crescimento económico”.

Depois de ter relembrado Francisco Sá Carneiro, o Presidente empossado afirmou que “os objetivos de natureza social são a meta que nos tem de orientar”. Estabeleceu como foco as pessoas, a sua felicidade e qualidade de vida, e disse que “a par de uma luta estruturada contra a pobreza, um partido social-democrata tem na classe média o principal foco da sua ação”, argumentando que “quanto maior e mais robusta ela for, menos pobreza teremos”.

 

Natalidade e apoio à terceira são “altamente prioritários

Rui Rio levou ao congresso dois temas que definiu como “altamente prioritários”, nomeadamente a natalidade e o apoio à terceira idade. Lembrando que, atualmente, “nascem pouco mais de 80 000” crianças em Portugal, alertou que é preciso adotar “medidas urgentes e eficazes”, caso contrário “estaremos a legar um pesado fardo para as gerações mais novas”. Assim, destacou: “não temos o direito de fechar os olhos a esta realidade”, já que dela depende o futuro. A desertificação do interior foi, também, elencada como relevante, já que é “onde o problema da natalidade assume uma dimensão ainda mais grave”.

Sobre o apoio à terceira idade, o líder do PSD sublinhou que importa dar “uma resposta adequada” e que passa por criar “soluções capazes de combater a solidão e promover um envelhecimento ativo e saudável”. Assinalou que após o terminus da vida profissional, muitos “estão ainda plenamente capazes de se sentirem úteis à sociedade”. Defendeu, assim, que “tudo deve ser feito para facilitar a contribuição de todos”. Não esquecendo os que estão sós, os que perdem a sua autonomia e as famílias que “não têm condições de, sozinhas, tratarem dignamente os seus”, disse ser necessário “caminhar para respostas mais humanas que valorizem a integração na família e na comunidade”.

 

Segurança Social: É preciso “pensar globalmente o sistema

Segundo Rui Rio, e nesta linha, “a evolução demográfica obriga a um olhar atento sobre a sustentabilidade futura” da Segurança Social. “No espaço de uma geração teremos para cada idoso, apenas um trabalhador e meio no ativo, e teremos três idosos para cada jovem”, realidade que, apontou, “vai exercer uma grande pressão” sobre o setor. Assim sendo, alertou para o quão “imprescindível” é “pensar globalmente o sistema, as suas prioridades e os efeitos que se pretendem sobre a economia”. Foi claro no desafio ao Governo e aos parceiros socias: “temos de atuar enquanto é tempo”. “Impõe-se uma reforma que confira justiça, racionalidade económica e sustentabilidade”, precisou.

Para o Presidente do PSD, a área da Saúde é exemplificativa da incapacidade da atual solução governativa “para dar uma resposta capaz aos anseios das populações”. Recordou a “preocupante degradação” dos últimos anos, evidente em “urgências caóticas, serviços de internamento permanentemente sobrelotados, falta de recursos, desertificação de médicos no interior do País, défice de investimento, deficiente manutenção de equipamentos ou atrasos no serviço de emergência médica”. Destacou, por isso, que o País não pode aceitar tamanho “empobrecimento”.

Também a Educação mereceu a sua atenção, já que, e na sequência dos últimos dois anos, “não é motivo para Portugal se orgulhar”. Acusou o governo das esquerdas de reverter “avanços significativos” anteriormente alcançados. “O que estamos a assistir é a um regresso ao passado, aos tempos do eduquês”, criticou. “Regressámos ao experimentalismo pedagógico, sem controlo, nem avaliação”, precisou, acrescentando que “temos de ser capazes de fazer diferente”. Melhorar as escolas, dignificar os professores, desenvolver uma política para a infância ou alargar o acesso ao ensino superior foram algumas das medidas apresentados pelo social-democrata que salientou: “só assim poderemos aspirar a uma economia mais competitiva”. “Não apostar nesta vertente é condenar o País à cauda da Europa e condicionar a competitividade”, assinalou.

Argumentando que o crescimento não pode assentar no consumo, porque “esse foi o erro que nos conduziu à recente desgraça financeira”, Rui Rio disse que as exportações e o investimento devem ser os motores. “Temos de continuar a insistir na ligação das empresas às universidades, como forma de aumentar o investimento na investigação com incidência direta na produção”, afirmou.

 

Portugal tem de ser todo o seu território, sem exceção

Segundo denunciou, “o atual Governo não tem condições para levar a cabo políticas capazes de induzir o crescimento económico”. Acusou-o de ser “incapaz de governar tendo o futuro como prioridade nacional”. Defendeu que Portugal deve ter “metas ambiciosas”, descurando “utopias” em prol de “objetivos coincidentes com a grandeza da sua história”.

Rui Rio referiu que “Portugal tem de ser todo o seu território, sem exceção”, pelo que disse ser necessário “olhar para as franjas mais abandonadas, designadamente as do interior”. “Temos de perceber que estamos no caminho errado e trocar a visão paroquial pela dimensão nacional que uma visão de Estado nos impõe”, salientou. “Os países desenvolvidos são os que mais descentralizam e menos concentram”, alertou, acrescentando que os governantes portugueses têm “tradicionalmente muita dificuldade” em entendê-lo.

A reforma do Estado também foi abordada pelo Presidente. “Quanto mais proximidade na gestão, maior é a capacidade e a competência para gerir a despesa pública com rigor e eficácia”, argumentou. “Se quisermos os dinheiros do Estado melhor geridos e mais controlados, teremos de mudar de vida”, apontou. Propôs, assim, um “debate alargado em nome do futuro do País”.

Rui Rio referiu-se, ainda, às questões de soberania, destacando o “fraco desempenho que se tem alcançado”. “Defesa Nacional, Segurança ou Justiça são claramente áreas onde Portugal tem vindo a acumular deficiências, por força de um Estado que não tem estado à altura das necessidades do País”, acusou, dizendo ser necessário “arrumar a casa”, para que o Estado seja “forte e organizado”, de modo a libertar e proteger os cidadãos.

Urge, nas palavras do líder social-democrata, ultrapassar o “conjunto de estrangulamentos ao desenvolvimento” do País. Destacou, assim, que a “colaboração de todos” será importante. “Devemos estar todos disponíveis em nome do interesse nacional”, afirmou, reforçando a disponibilidade do PSD.