Rui Rio propõe a construção de residências universitárias

26 de setembro de 2018
PSD

O Presidente do PSD defende que deve ser encontrada uma solução pública para o problema dos elevados custos do alojamento universitário e de forma a que os estudantes não fiquem dependentes “do livre arbítrio da oferta e da procura”. “Uma situação destas não deve estar sujeita ao livre arbítrio da oferta e da procura e deve haver uma política pública para o efeito, com mais ou menos ajuda municipal, mas seguramente nacional”, sustentou Rui Rio, num colóquio organizado pelo Conselho Nacional de Juventude (CNJ) na sede do PSD, terça-feira.
Para o líder do PSD, as universidades, em conjunto com o Ministério da Educação, “têm de ter oferta de alojamento de molde a que não sejam as condições do mercado castradoras da liberdade do estudante poder estudar”, o que passaria pela construção de residências universitárias e uma menor concentração nas áreas de Lisboa e Porto.
Em resposta a uma pergunta sobre que conselho daria a si próprio se tivesse 25 anos, o Presidente do PSD declarou que “não faria nada de diferente”. “Com 25 anos estava a trabalhar, com 26 saí para o serviço militar”.
O Presidente do PSD assegurou que voltaria a entrar na política, apesar de admitir não ser “o melhor caminho para se encontrar a felicidade e ganhar dinheiro”, e deixou um conselho a um jovem que hoje tenha 25 anos. “Façam como eu fiz”, aconselhou.
Durante cerca de uma hora, Rui Rio respondeu a perguntas de alguns dos jovens presentes na sede do PSD, onde abordou temas como o futuro da Europa e os principais desafios do país para a próxima legislatura.

“Qualquer governo, seja ele qual for, tem de colocar o patamar estrutural em primeiro lugar e o conjuntural em segundo. Normalmente fazem ao contrário: apagam o fogo imediato e o estrutural fica para trás”, apontou.
Para o líder do PSD, a atual solução política – assente em posições conjuntas entre PS, PCP, BE e Verdes –, se é “parlamentarmente e constitucionalmente defensável”, tem um resultado “dramático” para o desenvolvimento do país. “Este Governo só pode estar ligado à conjuntura, porque quando toca à estrutura não há entendimento possível”, criticou, considerando que os últimos três anos foram “claramente perdidos”.
No plano europeu, Rui Rio antevê “dificuldades sérias nos próximos tempos” e aconselhou a que se olhe com particular atenção para os países do Leste europeu. “É ali que entendo que pode estar o principal perigo europeu, se não conseguirmos a harmonização com esses países, pode estar ali a fragmentação da Europa”, alertou.
Numa outra resposta ao presidente do CNJ, Hugo Carvalho, o líder do PSD reiterou a sua visão crítica da atual forma de funcionamento dos partidos, considerando que estes terão de saber encontrar novas formas de atrair os jovens. Como exemplo no PSD, apontou a criação do Conselho Estratégico Nacional (CEN), e que visa atrair militantes por interesses em áreas temáticas e não só de quem quer ser “presidente da junta”.
Rui Rio foi o primeiro convidado de uma série de colóquios organizados pelo Conselho Nacional de Juventude, subordinado ao tema “Escolher o Futuro”.