Últimas notícias
“A solução política que existe no Parlamento, ideologicamente, não é amiga do investimento privado”, apontou Rui Rio, esta quarta-feira. Insistir num modelo de crescimento alicerçado no consumo deixa Portugal “à mercê” de outros mercados, avisou.
Em visita ao Portugal Exportador, o Presidente do PSD apontou que “é absolutamente vital para Portugal que o seu crescimento económico seja feito através das exportações”. Assim, “tudo aquilo que, em Portugal, se possa fazer” para “dar apoio às empresas no sentido de poderem exportar mais é aquilo que Portugal deve fazer”, referiu ainda o líder do PSD, acerca dos exemplos conhecidos durante a visita ao certame.
Contudo, tendo em conta que há um limite para as exportações, que corresponde à capacidade produtiva instalada, é fundamental privilegiar o investimento. Estes são o “segredo para termos um crescimento que possibilita depois o desenvolvimento do País”.
Para promover o investimento, é importante criar “políticas públicas que possam facilitar e acarinhar particularmente o investimento”, descreveu Rui Rio, criticando que se trata de “políticas públicas que não temos tido desde há três anos para cá, justamente porque a solução política que existe no Parlamento é uma solução política que ideologicamente não é amiga do investimento privado”.
Elencado os objetos daquelas políticas públicas, o líder da oposição sublinhou que é necessário olhar “para a carga fiscal, para a legislação fiscal, para a formação profissional, para a legislação laboral, para a desburocratização, para o funcionamento da justiça…” E, “se nós atuarmos aí, estamos com políticas públicas para o investimento”.
Podíamos ter “outras defesas” se olhássemos para o futuro
Se nada for feito para promover exportações e investimento, “estamos à mercê do crescimento económico dos outros mercados”, avisou o Presidente do PSD perante os resultados conhecidos esta quarta-feira, que revelam a desaceleração da economia no terceiro trimestre do ano.
“A economia na Europa cresce mais” e “nós vamos a reboque e crescemos um bocadinho, menos do que eles, mas um bocadinho”. Pelo contrário, quando o crescimento no contexto europeu abranda, “crescemos ainda menos do que eles”. Para o Presidente do PSD, “esta é a sina de um país que não tem uma estratégia de futuro, que olha para o presente e não para o futuro”.
“Se a economia estivesse a desacelerar mas tivéssemos construído uma estratégia de crescimento económico sustentado estávamos com outras defesas”. Porém, “temos vindo a ter um crescimento económico mais com base no consumo”, estando agora “menos defendidos para aquilo que possa vir num ciclo mais baixo da economia, que pode estar a aproximar-se”. “Devíamos ter-nos preparado” quando a economia cresce para momentos de desaceleração, explicou Rui Rio. Mas isso não aconteceu. “Sabemos que é assim que o País tem vindo a ser gerido”.